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27 de dezembro de 2018Adaptação de Lentes de Contato
2 de setembro de 2019Cirurgia Refrativa
A cirurgia refrativa é aquela cirurgia que visa corrigir os erros refrativos: miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo. É considerada em pacientes que desejam ficar independentes do uso de óculos e lentes de contato e naqueles intolerantes ao uso de lentes de contato.
A principal modalidade de cirurgia refrativa é realizada na córnea com uso de excimer laser. Nessa modalidade, temos o LASIK e o PRK. O excimer laser remodela a córnea, corrigindo o erro refrativo.
Esse remodelamento é atingido com a fotoablação, que consome tecido em proporções diferentes na região central e periférica da córnea, mudando assim sua curvatura. A quantidade de tecido corneano alterado é diretamente proporcional ao grau a ser corrigido.
O candidato a cirurgia refrativa deve ser avaliado em consulta oftalmológica completa, com exame de refração dinâmico (não dilatado) e estático (dilatado), avaliação do filme lacrimal, motilidade ocular e exame de fundoscopia.
A tomografia de córnea (Pentacam ou Galilei) é um exame complementar essencial na avaliação que mostra entre outros parâmetros, o mapa topográfico da córnea (relevo da córnea) e mapa da espessura da córnea. Essa avaliação é importante para verificar a segurança do procedimento, ou seja, se não há nenhuma contraindicação.
Lasers modernos apresentam um grau de precisão extremamente elevado e, afastadas contraindicações na avaliação inicial, apresentam alta segurança, com raras complicações.
A) PRK
O PRK é uma cirurgia refrativa de ablação de superfície. Nessa técnica, inicia-se com a desepitelização da córnea que consiste na raspagem da camada mais superficial corneana.
Em seguida, aplica-se o excimer laser que remodela a córnea, corrigindo o erro refrativo (miopia, astigmatismo ou hipermetropia). Terminada aplicação, coloca-se uma lente gelatinosa terapêutica, que será retirada no consultório após 4 a 7 dias do procedimento.
O objetivo dessa lente de contato é proteção da córnea até a cicatrização. Deve-se pingar colírios adequadamente no pós operatório que incluem antibiótico profilático, anti-inflamatório e lubrificantes oftálmicos.
Além disso, devido à raspagem do epitélio, desconforto nos primeiros 3 dias é esperado, por esse motivo analgésicos orais são prescritos durante esse período. Flutuação visual no primeiro mês é comum, até a superfície corneana estar completamente cicatrizada e uniforme.
B) LASIK
O LASIK, assim como o PRK, utiliza do excimer laser para remodelar a córnea e, dessa maneira, corrigir o erro refrativo (miopia, astigmatismo ou hipermetropia). No entanto, ao invés de ser realizado a raspagem da camada superficial da córnea antes da aplicação do excimer, confecciona-se um flap corneano.
Esse flap consiste em um corte parcial da córnea, formando como ser fosse uma “tampa”. Esse flap pode ser formado com uso de laser de femtossegundo ou com o uso de microcerátomo. Uma vez confeccionado, esse flap é levantado, expondo uma região mais profunda da córnea chamada estroma.
Nessa região, aplica-se, então, o excimer laser remodelando a córnea. Terminada a ablação (aplicação do excimer laser), o flap é reposicionado. Dessa maneira, o flap protege a região do tratamento, não sendo necessário uso de lente de contato terapêutica e minimizando a cicatrização.
Com isso, consegue-se uma recuperação visual mais rápida e um pós operatório menos dolorido em relação ao PRK. No pós operatório, deve-se usar colírio de antibiótico profilático, anti-inflamatório e lubrificante oftálmico.
Deve-se atentar para não coçar os olhos, em especial na primeira semana após o procedimento, para minimizar o risco de deslocamento do flap, que exigiria reposicionamento no centro cirúrgico.
Por se tratar de um procedimento mais profundo, os exames pós operatórios são importantes para avaliar se é indicado para o paciente, levando em conta sobretudo erro refrativo (quanto de miopia será corrigido) e espessura de córnea, desde que topografia corneana normal.